Desenvolvendo a carreira em T no Marketing Digital

Um assunto que sempre gerou muito debate são os segredos e dicas para uma transição de carreira saudável.

Mas com a pandemia e com as novidades no mercado consequentes dela, o processo sofreu algumas mudanças e as habilidades esperadas pelos profissionais mudaram um pouco.

Espera-se que os novos colaboradores tenham bastante autonomia, afinal, muitas pessoas estão começando desde o day 1 em Home office (que foi meu caso), e precisam tomar iniciativa em cenários isolados.

Por isso, conversei com alguns mentores de nosso time, para trazer até você quais habilidades serão fundamentais para um profissional no mundo pós pandemia.

Também vamos falar sobre quais habilidades e conhecimentos você deverá possuir, ou estar apto a desenvolver para os próximos anos.

E entre essas habilidades, vamos falar da carreira em T, o profissional T-shaped.

Dicas de transição de carreira no mundo pós covid

Essa é uma equação básica que rolou muito no primeiro semestre de 2020.

Muita incerteza marca esse assunto. Tem gente que diz que home office será algo permanente, já outros creem que os imóveis comerciais serão menores ou até adotados pelo sistema de coworks.

A verdade é que em certos segmentos, o profissional enfrentará muita concorrência, e a busca de alternativas comportamentais ou de hard skills (capacitação técnica e ferramental) serão muito importantes na hora de pensar em uma transição de carreira.

Nem tudo vem de sua área!

Tem gente esperando no ponto de ônibus a relevância chegar em suas áreas. Mas indo direto ao ponto:

Certas áreas estagnaram.

Expandir sua utilidade horizontalmente, entre áreas paralelas a sua, é o que tornará uma pessoa útil em sua equipe. Você não está, e nunca esteve, preso somente ao seu diploma universitário de 7 anos atrás. Tire isso de sua mente agora mesmo.

Por isso, leia esse super artigo se quiser entender como se destacar em sua área ou saber mais sobre Growth Hacking.

Hora das dicas de transição de carreira

Antes de começar a dar qualquer dica ou macete, vou contar como a ideia surgiu.

Fizemos esse artigo de hoje tendo em mente o ano peculiar de 2020, e todas as mudanças que ele colocou no jogo “trabalho x entrevistas x recolocação“.

Afinal, querer realizar uma transição de carreira no mundo pós pandemia é uma questão de preparo e estudo.

 

Se você conhece bem nosso material, vai saber que sempre defendemos que você deve estar sempre se atualizando e estudando. Quem não estuda, e não aprende, fica para trás. Se não bota fé nisso, olhe em sua volta e veja o que aconteceu nesse último ano…

Vamos agora à primeira dica para mudar sua carreira e fazer sucesso no mundo pós covid/pandemia:

Profissional Interdisciplinar

Existem 2 tipos de emprego e de equipes: as que você trabalha em meio a verdadeiros coletivos e legiões, com 100 pessoas, com times Latam, Miami, etc.  Ou equipes enxutas de 5-15 funcionários, que dificilmente possuem representações ou times estrangeiros.

Isso que eu vou falar será muito evidente se você fizer parte da opção 2.

Nesse pequeno universo, os recrutadores buscam pessoas capazes de “pincelar” em outras áreas. Mas não somente de dar palpites, mas de conseguir colocar em ação algum tipo de trabalho.

Esse é o tal do profissional interdisciplinar.

Não dá mais para ter uma função única e estática. Não dá mais para não aprender sobre novos softwares e ferramentas que mudam para melhor seu trabalho e sua produtividade.

É por isso que nesse universo das empresas modernas, o Fit cultural importa muito, e você será revirado de ponta cabeça para falar o que sente a respeito de temas diversos (estou falando de testes de perfil).

Pois o comportamental e a disposição à prática, junto a fatores de inteligência emocional, são as qualidades que os recrutadores procuram.

T – Shaped: A carreira em T

[Falamos bastante do assunto nesse dia]

O conceito T-Shaped é um modelo corporativo que busca por pessoas capazes de atender a demandas da empresa de maneira criativa, envolvendo diversas visões disciplinares.

Esse conceito sempre se associou à dicas de “como ser multidisciplinar”, ou seja, de como saber um pouco da área do seu colega de trabalho.

Só que em uma realidade que exige um individuo interdisciplinar, você terá que desenvolver ao menos uma nova paixão. Além de saber bem de sua área (exemplo, Copywriting), você terá que se aprofundar em uma outra área ao menos (a parte vertical do “T”, da profundidade).

O que muda: Antes o ideal era apenas saber falar a respeito das outras áreas e saber discutir. No mundo pós covid, você terá que ser curioso suficiente a ponto de querer aprender mais sobre essa outra área.

O exemplo que dou é do designer gráfico, que certas semanas fica isolado da equipe, pois não haviam imagens e artes visuais a serem feitas. Quando este se torna interdisciplinar, ele participa de fato de uma outra área de seu interesse: content marketing, social media, programação, etc.

A importância de ter uma carreira T

Por que você deve buscar desenvolver esse “mapa” em seu perfil?

Resposta: se manter relevante no mercado de trabalho. Todas as vagas e empresas buscam diversas habilidades, e os candidatos mais competitivos disparam na frente com sua bagagem de conhecimentos e experiências diversas.

Pode ser até um pouco injusto, mas não ser um autodidata pode ser perigoso em um mercado concorrido como o brasileiro.

Vantagens da carreira em T (e do profissional T-shaped)

A maior vantagem disso, e digo por ter tido experiências reais com isso, é a possibilidade de conseguir participar de diversas atividades e responsabilidades de uma empresa, o que faz sua moral subir com seu chefe.

O profissional T-shaped pode não necessariamente ser especialista no que faz, mas possui know-how de uma gama de atividades e ferramentas de growth hacking e de marketing, o que faz ele ter enorme vantagem no mercado.

E no Brasil nem se fala…

E sabe como você alcança uma carreira em T notável pelo mercado: sendo um cara autodidata e que é curioso.

Jornadas fragmentadas

Como profissional de marketing (e Growth Marketing), formado em marketing, gostaria apenas de destacar esse ponto.

Outra característica que poderá te ajudar em sua vida profissional é a capacidade de abraçar várias jornadas, pois o universo de pessoas autônomas, com CNPJ, expandiu bastante. Isso começou antes da pandemia, mas tomou impulso no último ano.

E acredite, fazer transição de carreira nesse cenário pode ser mais fácil se você já tiver um portfolio, pois vai te trazer provas para seus futuros contratantes.

Assumir uma jornada dupla não é questão de tempo, mas de “divisão de personagens”. É uma questão de saber qual parte do dia você está mais disposto a fazer um tipo de atividade.

O que funciona também é ter dias específicos para certos trabalhos. Por exemplo, reservar as sextas e sábados para seu trabalho B, que exige menos horas e menos dedicação de sua parte, pode ser uma fonte de produtividade incrível.

Faça o teste e descubra o que melhor funciona para você.

Por hora, essa foi minha contribuição e dicas na matéria de hoje sobre transição de carreira no pós covid.

Eu também perguntei o ponto de vista de outros 2 profissionais da área de gestão, SEO e Growth Hacking.

Vamos ver o que eles falaram, a seguir:

Dicas de nossos mentores e especialistas

O primeiro hoje de nossos mentores a dar seu ponto de vista foi o Robert Sena, que possui vasta experiência com startups e com o universo do SEO.

“Cargos específicos não existem mais”

O Job description de agora em diante é você buscar impactar o negócio que você atua como um todo. As pessoas não poderão ter rotinas fixas – ao menos em empresas pequenas e médias.

Para ele, “a aprendizagem real vem ao olhar os seus erros e de outras pessoas da equipe”. Aprender somente errando é “bullshitagem”, pois muitas vezes antes de executar algo, já existem exemplos ao seu redor para você usar de medidor de qualidade.

A ideia por trás disso não é julgar as ações, erros e projetos do passado, mas sim aproveitar aquele conhecimento ao seu favor e da sua equipe atual.

Dessa forma você pode também aperfeiçoar os acertos seus e da equipe, pois o Robert não acredita que os processos alcançam uma perfeição e que logo não possuem mais o que melhorarem. “Não é assim que um growth hacker deve pensar”.

Então extraia informações de erros e acertos, principalmente do segundo.

Lifelong learning: “Supere você mesmo ou morra na praia”

Para nosso mentor Matheus Boneti o que conta é a capacidade da pessoa estar se desenvolvendo nas horas vagas.

Segundo ele, “as tecnologias são superadas todo mês, e as especializações e conhecimentos técnicos se perdem de maneira rápida se você não se atualizar”.

Para as pessoas quer tiverem uma mentalidade de dono (alguns chamam de ownership), esse processo de desenvolvimento e de disciplina já é algo natural. E quem não tinha esse tipo de atitude, foi se modelando de acordo com as mudanças que o trabalho remoto exigiu.

Segundo o Matheus, “essa exigência de se auto aperfeiçoar é algo que deve vir de dentro da pessoa”. Não podemos mais nos dar o luxo de ficarmos inertes.

“–Saia da caixinha, pare de se limitar à sua área. Estou aprendendo sobre
atendimento ao público no momento,
sendo que sou da área de Growth e T.I. Aprenda você também
sobre outras áreas do seu business!”

 

Growth Mindset (Growth Culture)

Com certeza, é indispensável o profissional conseguir ter a mente voltada ao growth/crescimento em todos os aspectos do negócios; seja em social, em performance, seja em vendas, etc.

Além disso, segundo o Matheus, “é importante conseguir envolver a área como um todo nessa mentalidade, e trazer as pessoas para esse lado”. Isso se trata de mostrar o caminho para o time (e aplicar tudo o que está sendo falado hoje).

Afinal, é muito difícil ter um time que não está nessa “mesma pegada” que nós que buscamos crescimento e adaptação constante. “Cabe ao gestor em levar essa mentalidade para o time aos poucos”.

No ano de 2020, “o profissional acostumado a testar, mudar, corrigir e se adaptar, se destacou muito, e se provou como um profissional indispensável para 2021″.

Agora imagine um time assim? Ninguém vai parar vocês.

Comentários finais sobre sua transição de carreira

Creio que ficou evidente que não dá mais para abandonar os estudos e os upgrades mentais para você ser uma uma lenda na sua área de atuação.

Foi-se o tempo em que a tecnologia estava restrita a áreas como T.I e engenheiros de software. Todas áreas agora usam ferramentas de marketing e estratégias para melhorar vendas e o pós-vendas em seus negócios.

Isso cria um fluxo continuo de necessidade em se alinhar ao mercado, uma vez que se não soubermos nada das áreas paralelas (como as citadas ao longo do texto de hoje), nos tornamos pessoas obsoletas em comparação aos caras mais antenados com o mundo profissional – e também o mundo pessoal, por que não?

Para refletir…

Lembro de uma vez, após uma dinâmica em um processo para trainee, de falar com um dos poucos selecionados para a próxima fase.

Eu não tinha sido selecionado. Na minha opinião, aquele rapaz foi o melhor de todos, em meio a 30 jovens que estavam em universidades diversas.

Eu queria saber mais sobre ele, que falava bem, se comunicava bem. Pedi uma dica, para meus próximos processos.

Ele olhou para mim e falou:

–Eu só me preparei. Li bastante sobre a empresa e a área de atuação.

Pela conversa, o rapaz se revelou ser alguém normal, em uma faculdade normal (uma de pouco prestígio na realidade), com um estilo de vida normal, a não ser um detalhe:

Ele tomava a iniciativa na hora de saber mais sobre seu oponente.

Assim como ensinou Sun Tzu, ele reconhecia o terreno antes de entrar em qualquer batalha, muito tempo antes de ter qualquer conflito. 

“Antecipe seu conflitos e problemas, conhecendo o terreno da batalha.”

 

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