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As armadilhas do Growth Hacking que você ou sua empresa podem estar caindo (e como evitá-las)

Armadilhas do Growth Hacking que você devia conhecer

Hoje o post vai ser um pouco diferente, e ao invés de elogiar e dar dicas, vou entregar anti dicas sobre o mundo do growth hacking.

Sim, muito se fala desse mercado, fica bonito no papel, mas na prática o growth acaba sendo feito errado ou entendido errado por gestores e empresários, e de vez em quando pelos próprios analistas de growth.

Tudo isso gera algumas armadilhas e problemas dentro das empresas, que ou faz as pessoas dizerem que “growth não funciona”, ou fazem elas entrarem em um caminho (ou atalho) que somente faz demorarem mais para chegarem aos seus objetivos.

Pensando nisso e nos erros que estagnam profissionais iniciantes de growth, ou até mesmo áreas que estão começando ou dando seus primeiros passos, eu resolvi criar esse artigo em formato de pequenos conselhos, para poder abrir seus olhos (ou de seus colegas) para o que de fato é trabalhar com crescimento, campanhas online e horas e horas de telinha de PC ligada.

Bora!

As 7 coisas para se evitar ao utilizar o Growth Hacking em uma empresa

Não querendo fazer listas clichês mas já fazendo o velho papo dos “7 itens”, separei o que de fato atrapalha muito analista ou até head de growth na hora de fazer a área mostrar resultado.

O primeiro ao meu ver é o mais importante, pois foi o que inspirou a criação desse artigo de hoje.

1)Rage Quitting silencioso das tarefas de Growth Hacking

Depois do fenômeno “Quiet Quitting”, temos na área de growth e de muitas outras áreas o Rage Quitting

Para quem nunca ouviu falar em Rage quitting, eu vou explicar o que é: no mundo dos games (jogos online), o Rage Quit é quando alguém fica bravo e sai put@ da vida da partida. Isso pode ocorrer nos esportes e em muitos contextos da vida.

Tá, mas o que seria o rage quit silencioso?

Em um mercado onde as pessoas ficam saturadas com seus empregos e com a situação da empresa, isso reflete nas tarefas diárias no negócio.

O “quitting” usados nesses termos nada mais são do que pensamentos negativos e a vontade de sair ou de desistir da empresa/emprego.

Então a primeira armadilha que pode afetar empresas de todos os tamanhos é esse fenômeno silencioso que acaba com os resultados do growth: o abandono gradual do growth como deve ser feito.

Quem trabalha com Growth precisa documentar as coisas, de forma artística e pontual. Precisa realizar diversas atividades que tomam tempo delas e de seus colegas de equipe.

Explicando melhor o fenômeno

O descontentamento ou burocracia interna podem fazer com que esse profissional não consiga ou não queira (ué, é sério!) seguir fazendo o processo do growth como deveria ser feito, fazendo o tal do “meia-boca”.

Ficar “pilhando” seu analista ou Head de growth, ou ficar criando tarefas estúpidas é o veneno que alimenta esse comportamento na empresa.

Os gestores que cuidam e acompanham o pessoal de Growth devem ficar de olho nesse item, pois já presenciei dashboards e CRMs (mega comum isso) que não eram preenchidos como deviam, assim como os rituais das empresas eram feitos da maneira errada.

Por mais que não pareça, isso tem tudo a ver com growth e com áreas diversas da empresa, uma vez que certas funções precisam ter uma grande sintonia e ritmo para funcionarem bem, mas constantes ruídos e problemas na vida profissional (e pessoal) dessas pessoas tendem a atrapalhar o funcionamento da área de crescimento.

O Quiet Quitting é real no mundo corporativo, e o fazer as atividades com pressa, fúria, falta de direcionamento e com falta de capricho – o que chamamos de [Quiet] Rage Quitting aqui – é sim um fenômeno silencioso e que aos bons observadores, vão saber que já presenciaram tal feito.

O relacionamento que faz o trabalho de growth dar certo na empresa é o de confiança e pouco microgerenciamento, sem exagero em relatórios e em atividades que drenam tempo desse profissional.

Infelizmente, muito gestor ainda não sacou isso…

Significado de "Aquele que não tem pecado que atire a primeira pedra"
Quem nunca fez ou presenciou um pouco de Rage Quitting no trabalho que atire a primeira pedra…

 

2)Copiar táticas velhas (ainda mais gringas)

Copiar é fácil, e em 90% dos casos ajuda. No caso do growth, boa parte das empresas cresceram por meio do product-led growth, e até aí tudo certo.

Só que essa abordagem é um tanto perigosa no Brasil (falamos disso em Marketing Tupiniquim).

Não somente o PLG, mas diversas estratégias que podem funcionar bem em um universo onde os salários são mais justos e a diferença social é menor.

Isso gera um problema que é o da cópia, do tentar fazer o que todo mundo faz.

Eu particularmente não presenciei muito isso, mas diz a lenda que até um pouco antes da pandemia alguns growth hackers aqui no Brasil tentavam emplacar as mesmas estratégias dos cases famosos da área, o que na maioria das vezes falhava (ainda que ao menos ensinasse bastante a eles).

Seja como for, nosso mercado é outro e a maturidade das empresas aqui é outra.

Empresas tendem a serem menores e mais desconfiadas (de novo, leia o Marketing Tupiniquim) e isso faz com que certos truques de viralização e de captação de leads e clientes não funcione.

Ou pior, que façam você gastar horrores…

via GIPHY

3)Não ter apoio interno para realizar Growth

Creio que já falei desse ponto várias vezes aqui no Blog, mas infelizmente é uma das maiores armadilhas e barreiras para a área de growth dar certo.

As pessoas já entenderam o que é Growth, os profissionais e o mercado de trabalho já sabe que ele é necessário em muitos contextos, mas ainda não deixam o mindset do growth fluir.

Portanto, aqui a lição é:

  • De nada adianta querer aplicar growth se os gestores e líderes não entenderem nada de growth e nunca terem lido sobre o assunto (o que é normal para pessoas de fora do Marketing e que nunca trabalharam em empresas de tecnologia);
  • Não adianta ter um analista ou Head da área, ter o apoio de um dos founders ou donos da empresa, mas as outras áreas não estarem convencidas que o G.H “é o cara”;
  • O que funciona é quando seu líder sabe o que é growth e até use um pouco dele, saiba passar a mensagem para outras áreas, e que o Head ou analista tenha autonomia para ser multifacetado e interdisciplinar na empresa (quanto maior e mais antiga a empresa, mais difícil será fazer isso…boa sorte);

Essa é uma armadilha importante de conhecer, pois merece ser lida e compreendida não necessariamente pelo profissional que vai utilizar a metodologia, mas por quem vai contratar você.

Ou seja, dono de empresa e de startup tinha que conhecer esse recado.

É como a Jana diz: “as pessoas (ou chefes) querem o milagre, mas não a peregrinação…”.

4)Achar que os estudos na área terminam ou que possuem um fim

Assim como a área não possui um bacharelado ou diploma disponível, a área também não tem um fim.

E isso não é uma verdade exclusiva do growth, mas do mercado e das empresas como um todo.

Se você já leu sobre o profissional em T ou T-shaped, vai entender do que estamos falando.

O marketing em tempos de ChatGpt e de IAs diversas vem se sucateando (quem viu as vagas dos últimos meses sabe do que estou falando), mas o profissional que se especializa em growth e em suas subáreas e posições vai se manter relevante.

Saber mexer na martech (ou ferramentas de marketing digital e vendas, se preferir)e a interpretar e gerir dados continuará a ser relevante por um bom tempo. 

Como o mercado digital e das empresas de tecnologia é bem dinâmico e imprevisível, isso cria a necessidade do nosso amigo hackerzito em sempre ler e estar por dentro das novidades, seja estudando, vendo artigos em blogs ou comprando cursos na Udemy.

Ou seja, parar de estudar é uma armadilha enorme, e posso falar isso com autoridade, pois me distanciei de SEO por um ano e tomei um esculacho prático na hora de voltar a fazer estratégias de longo prazo.

A verdade é que nessa área as empresas pagam bem e você pode criar uma carreira incrível, a única questão é que sempre terá que aprender algo, principalmente os fundamentos do growth.

growth hacking

Se manter atualizado permite que você saiba resolver alguns B.Os que vã aparecer no dia-a-dia, mas também vai te ajudar a manter seu emprego e fazer sua carreira continuar subindo firme.

Essa armadilha também serve do ponto de vista do gestor: tome cuidado com quem não aprende novos conhecimentos e não busca sempre estar aprendendo, pois isso no Growth é fatal, e quem corre risco é sua empresa.

5)Ter pouco ou nenhum contato com o usuário/cliente

Como Copywriter e profissional responsável por pesquisas feitas por clientes nas empresas, vejo que existe um “antes e depois” dos tempos que comecei a criar pesquisas qualitativas com os clientes.

Realizar pesquisas e o famoso “sair do escritório e andar um pouco a pé” pode ser um Ás na manga muito interessante para quem realiza vendas online.

Mas isso se aplica também ao pessoal das startups e de empresas de qualquer setor, que podem criar formas de conversar ou de conseguir mais insights de quem usa o produto.

No caso aqui da área de growth, esse contato pode acelerar o processo de criação de hipóteses na empresa, que é fundamental para quem trabalha na área.

Os dados e informações não precisam ser necessariamente coletados pelo growth hacker da empresa, mas sim alguém do Marketing.

Só que o problema aqui é que ninguém faz isso como deveria!

Realizar pesquisas não é somente enviar um survey por e-mail, que por mais que funcione bem, não te dá a clareza das pesquisas qualitativas e entrevistas com leads e clientes da marca.

Maiores de talhes de como esse processo pode ser feito estão aqui na imagem abaixo, é só clicar e ver o texto que fiz para você:

como fazer pesquisa com clientes

6)Construir um incrível ecossistema mesmo antes de ter feedback do mercado

Ter um produto incrível e que funciona é algo “simples” não é?

Bom, no mundo das startups, nem sempre o produto já está com todo o feedback necessário do público, e com um market fit realmente validado.

No mercado americano, muitas empresas vão atrás de parcerias e investem em sistemas de afiliados, mas nem sequer tinham feito o market fit da maneira apropriada.

[Note que esse erro é uma consequência por ignorar a dica 5 aqui da lista…]

Sendo assim, um erro de algumas empresas, principalmente unicórnios e empresas que recebem aportes milionários, é se preocupar muito com “as piscinas de bolinhas” e deixar a qualidade do produto cair, ou não chegar na versão que realmente merecia chegar.

O growth hacker pode ser o cara que enxerga essa falha no processo e que aconselha os empresários ou seus sócios a otimizarem ainda mais o produto e a obter feedback do uso de seus softwares e serviços.

Não tomar esse tipo de atitude ou não ter um analista de growth na equipe pode ser um erro fatal no crescimento ou sustentação em uma empresa sob validação.

O vídeo abaixo fala dessa armadilha do mundo do growth hacking e também fala sobre o sétimo ponto que vem em seguida:

7)Obsessão com dados e “analytics”

Growth hacking se tornou sinônimo de uso de dados e métricas, e isso é bom.

O problema é que tudo isso otimiza somente parte do que uma empresa em crescimento precisa.

Táticas de Go-to-Market e de retenção podem ter uma necessidade nula de dados e rotinas de otimização de campanhas majoritariamente online.

Por exemplo, pensando em nosso funil de growth, o que vem depois das vendas podem até serem otimizados por dados (fontes diversas ok?), mas ações de CS e de grandes Stakeholders possuem mensuração difícil, sendo abstrato o quanto um terceiro pode ou não viabilizar uma negociação ou retenção.

Esse assunto é realmente complexo, mas faça o seguinte: pense na ação number 1 da empresa, quando o assunto é venda e retorno. Talvez ela até seja online, passível de métricas e de analytics.

Só que isso pode não ser uma verdade para a segunda ou terceira fonte de renda e de negócios.

As grandes campanhas e iniciativas com GRANDES resultados não podem ser sempre medidas, como é o caso do mundo offline – muito no marketing e vendas vem do boca-a-boca e de iniciativas como eventos e conexões de longa data, como networking e parcerias.

Portanto, um growth hacker que foque muito em métricas e em ficar apenas juntando números para mostrar no data visual para a empresa, pode deixar passar grandes aprendizados e ações que realmente trazem resultados; e que acabam misturando um pouquinho de cada uma dessas 7 armadilhas que você deve ficar de olho.

É como sempre falo, growth é um mix de várias habilidades, e você nunca estará “pronto” ou completo com o growth.

Aprendizagem contínua é o único caminho viável para a profissão.

 

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