Hacking Marketing, a área que só cresce todos os anos
O marketing deixou de ser um setor da empresa voltado ao “achismo” e que apenas gasta dinheiro com panfletos e eventos presenciais.
A inovação digital e muitas outras mudanças permitiram que o profissional de Marketing se tornasse mais importante, e ao mesmo tempo, mais científico em suas equipes, o que fez surgir o Growth Marketing.
O termo hacking marketing pode ser algo novo para você, mas ele explica algo que ainda tem muita gente que não sabe: essa área, o marketing, se mesclou totalmente com a de desenvolvimento de softwares e com a programação.
E claro, com suas metodologias e práticas, como os ciclos de feedback e brainstorms para o surgimento de boas ideias em grupos.
Não foi a toa que coloquei aquele título. Todas empresas estão migrando para o mundo digital, e com isso a área de marketing foi reformulada.
E com isso, o profissional do setor deve se atualizar e se reinventar.
Vamos então falar das principais mudanças nos últimos anos e como você pode se preparar para o que está por vir nessa próxima década.
Hacking Marketing e o poder de ser ágil
O que está por trás desse novo setor, que busca “atalhos” na parte de vendas e da experiência do usuário, é a agilidade dos processos e o gerenciamento dos mesmos.
As metodologias ágeis, que nasceram no desenvolvimento de softwares, encontraram um terreno fértil no marketing e na área de UX.
Suas divisões de tarefas e processos permitiram que as entregas que antes eram feitas em ciclos de meses e anos, ocorresse de maneira gradual, em sprints – que muitas vezes duram uma semana.
Ciclos mais velozes estão mais próximos da realidade, e conseguem se adaptar a mudanças repentinas, de maneira quase orgânica.
Mas entender isso a fundo, exige que você saiba um pouco sobre as metodologias ágeis, principalmente o Scrum.
O livro do Hacking marketing
“How companies go digital?
They go gradually or suddenly“
É com essa frase que o livro Hacking Marketing, de Scott Brinker, começa sua jornada profunda no tema.
E ficou evidente que isso é uma verdade no ano de 2020. Muita gente teve que correr para entrar no ritmo. Por mais que o livro seja de 2016, seu tema é super atual e reflete a verdade do que está por traz desse novo marketing e de sua arte em criar experimentações.
Hoje esse artigo foi dedicado na leitura desse e muitos outros livros, tanto de Growth Hacking quanto de administração de empresas enxutas (startups principalmente).
[Nota: livro ainda sem tradução no português]
A perspectiva de um desenvolvedor de software
Isso pode ser novidade para muitos, mas as metodologias ágeis e os backlogs que são feitos nas equipes de marketing, principalmente para projetos, nasceram no mundo dos softwares.
A adoção ocorreu pois aos poucos o profissional de marketing foi se tornando um desenvolvedor de sistemas, afinal, os sites e os programas que operam (ferramentas de CRM por exemplo) foram se tornando mais complexos e mais customizáveis.
O que resulta em uma necessidade de ser expert em várias ferramentas, e até mesmo a saber um pouco de programação. Aos poucos esse “hacker” do marketing cria amor (ódio também, quem sabe) a fenômenos como testes, hipóteses e resolução de problemas.
Mas a grande sacada é a interação com o usuário, que não fica isolado.
“The feedback loops”
Um conceito e tática bem comum ao Growth Hacking é o dos “loopings de feedback”, que são ciclos de experimentação.
Tudo que é feito nas sprints (ou mini entregas se preferir), são levados para um ciclo de experimentação, o que depois pode ir ou não para o ciclo de validação.
Explicando de maneira não técnica:
- Algo é colocado em teste ou prova no site, programa ou relacionamento com clientes.
- Se aprovado, são tomadas notas e observações para um novo teste, para validar os resultados.
- Se algo é negado, é reformulado a hipótese (não era o botão, era a frase…), e volta para o passo número 1
Mudanças incrementais
Com base no tópico anterior, é mais fácil explicar porque no Hacking marketing (e no growth hacking) as mudanças incrementais são a melhor alternativa para que um produto seja entregue.
Softwares são desenvolvidos assim nos dias de hoje, e o Marketing adaptou os ciclos de entrega dessa mesma forma.
Existe uma coisa chamada User History.
Por meio dessas hipóteses informais, do ponto de vista do usuário/cliente, é que são criados incrementos e pequenas adições ao produto.
Isso exige boa imaginação, mas exige interação com os usuários, que chegam até a serem entrevistados.
Essas adaptações, por serem recorrentes e até velozes, conseguem tornar o looping de feedbacks algo real e até mesmo prático. O que tem efeito direto sobre o sucesso ou fracasso do seu produto.
De qualquer forma, o profissional da área de Growth deve se familiarizar com o mundo da computação/T.I e dos “hacks” por outros motivos, que serão explorados a seguir.
O Growth Marketing e seu time com super poderes
A única maneira de se adaptar a esse mundo hostil de reviravoltas e ferramentas com novas atualizações, é sendo capaz de praticar e entender muitas atividades, até mesmo as que não são de sua área.
Em uma área de crescimento (growth), cabe aos seus membros em continuar aprimorando suas habilidade analíticas, e ao mesmo tempo as criativas.
Já vou explicar por quê.
Já ouviu falar no profissional T-shaped?
O modelo T-shaped é um conceito de nossa área que mostra que você deve ter conhecimento variado em diversas áreas, mas se aprofundando em uma ou duas delas.
Isso é: supondo que você é um designer gráfico, e tenha conhecimento profundo na criação de artes e comunicação visual. Sua base vertical é sua área, e conhecimentos técnicos que envolvem ela (pacote adobe, p. ex.)
Em algum momento, em uma sprint por exemplo, não haverá nenhuma utilidade sua área principal, e você deverá mostrar um pouco de seus talentos nas áreas paralelas, da linha horizontal do seu T, ou do T aconselhado por sua equipe.
Sem essa capacidade de transição entre as linhas paralelas, você não se mostrará útil em equipes pequenas. E eu diria que nas grandes também!
Os dias de “não sou pago para isso” morreram meu amigo, aceite que dói menos.
Impossibilidade de escapar do mundo das ferramentas [softwares]
Sei que não é uma novidade isso, mas não tem mais como a área de marketing se desvincular de aplicativos e ferramentas em geral.
O nome “hacking” implica na necessidade de você aprender sempre sobre novas ferramentas, e de buscar a maestria.
Integrar 5 ou 6 softwares de marketing ao mesmo tempo exige conhecimento técnico e treinamento. Você se tornará um autodidata, pois não é um conhecimento acadêmico para essa realização.
Na realidade é uma área que, assim como um profissional de análise de dados (B.I), vai demandar conhecimento de áreas diversas; misturando engenharia à relacionamento com clientes.
“Em algum momento você percebe que o analista de marketing diariamente opera com
websites (software), analytics (software), social media (software), automação (software),
e se da conta que ele está mais atuante na área de programação e Hacking do que qualquer outra coisa”
– Scott Brinker
E que a verdade seja dita: isso não é uma verdade apenas para a área de marketing. Quem não souber um pouco dessas ferramentas e programas, ficará para trás no mundo pós pandemia.
O profissional de Marketing, sendo visto como um maestro
O objetivo de toda essa evolução e adaptação do profissional de marketing, é torná-lo um verdadeiro maestro.
Como o tempo e os recursos são inferiores a demanda e a o que deve ser entregue, cabe a quem se especializa ao hacking marketing em entender sobre orquestramento de ferramentas.
Isso envolve automação e análise.
Supondo que você tenha que gerenciar múltiplas redes sociais e portais, de vários clientes. A maneira mais profissional de fazer isso é usando em alguns touchpoints algum tipo de automação.
Com elas, você consegue obter dados, como abertura de e-mails e cliques de suas campanhas de newsletter.
[infelizmente muita gente vai abrir e não vai interagir, só avisando].
E a grande sacada é orquestrar da maneira harmoniosa as ferramentas e seus diversos desencadeamentos.
E não tem como fazer isso sem estudar a fundo as plataformas e seus softwares. E a maestria será resultado do uso prático, ou seja, da experiência e de testes.
E agora, sobre o tema de hoje, a pergunta final:
A área de marketing seria a verdadeira criadora de soluções?
Uma contestação que o livro faz é essa.
Quem assumiu o trabalho de criador de ideias e de soluções no mundo de hoje, é esse profissional de marketing com “um pézinho” no mundo dos softwares.
Afinal, quem cria a ponte entre usuário final e os desenvolvedores de qualquer programa e produto hoje, somos nós, que trabalhamos com marketing e suas áreas correlatas.
Isso traz a possibilidade de que o profissional de marketing é o verdadeiro “identificador” das dores dos clientes, e o melhor atuante na hora de propor novos produtos, ou até mesmo para pivotar empresas e ideais.
Para aprender mais sobre automação de marketing e Hackings, conheça a Queen Jay.