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Opinião: As IA vão colocar a área de Growth Hacking em risco?

O growth hacking está em risco por causa das IA?

Como o próprio título diz, hoje temos um artigo opinativo em mãos, falando sobre as IAs (inteligências artificiais) e se elas vão substituir os growth hackers.

Venho me segurado um pouco para falar desse assunto, ainda mais porque exige que eu fale das profissões que já foram substituídas e que morrem aos poucos todos os dias; e tenho aquela sensação do “portador das más notícias”, mas que terei que citar aqui…

Mas o lado bom de estar escrevendo isso é que me traz leveza, como se eu tirasse um peso das costas, uma espécie de desabafo.

Não vou falar aqui na introdução ainda o motivo, mas ao longo do texto você vai descobrir do que estou falando.

Não vou ficar trazendo pesquisas nem dados externos para o texto (creio), e vou falar da minha visão e de artigos e temas já mostrados aqui na Growth Lovers, ok?

Vamos ao que interessa…

Primeiro: Entendendo o que está em risco por causa das IAs (Inteligências Artificiais)

Seria inocência a essa altura do campeonato achar que vai demorar para empregos serem cortados e áreas e carreiras deixarem de existir.

Certas áreas, como no Growth, o uso da IA e sua especialização no assunto tem tudo para melhorar a carreira, além de diminuir seu trabalho diário e horas gastas de cornojob (a alegria dos consultores de growth).

Porém, existe o lado obscuro da força…

Há uma dinâmica entre o decisor/cliente ou patrão, a necessidade da tarefa/profissão e a oferta de mão de obra, e a existência de uma IA mexe bastante nessa equação.

Não é simplesmente dizer que “ferramenta X” mata tal profissão simplesmente porque está no mercado, é bem mais complexo que isso!

Para ser mais didático, quero dar exemplos de áreas e empregos que estão em risco ou já entraram em processo de extinção, e ao mesmo tempo explicar qual o papel da IA no processo.

Com esses exemplos, vai ficar fácil entender porque uma IA mata uma potencial área ou função nas empresas. Preste atenção!

1.Ascensão e queda do Copywriting

Por volta de 2020, um pouquinho antes ou depois, o Copywriting entrou em uma época memorável.

Vimos cases incríveis como o da Bettina e similares “dedurando” que alguns copys pegavam comissões gordas, batendo valores de imóveis e coisas do tipo.

E isso é verdade, não é mentira da internet, etc.

Copywriter de infoproduto podia se dar realmente bem.

O marketing de conteúdo ficou em alta na pandemia e isso elevou a necessidade e busca por pessoas que escrevessem, tais como os Copys, que eram vistos como santos milagreiros, os “vendedores que escrevem para vender”.

Mas o estouro do espumante durou pouco, bem menos que imaginei. Confesso que entrei nessa onda ali em 2020 pelo fato de já ser redator.

Era como diziam, “o copy é a evolução natural do redator”. Talvez sim, mas hoje tenho a  impressão que não é mais uma verdade.

No vai e vem do mercado, em 2022 essa área deu uma saturadinha, e em 2022 tivemos finalmente as IAs aparecendo e…ferrou-se.

Meu nome é Bettina e a calça da minha filha é mais de 300 mil reais
Meu nome é Bettina e a calça da minha filha é mais de 300 mil reais

 

Empresas que contratavam um copywriter passaram a utilizar ferramentas SaaS mais baratas e de fácil acesso, que faziam seu trabalho.

Explicando melhor a queda

Não pense que todo copy só faz texto extenso, em empresas tradicionais muitas vezes eles só fazem slogans e pequenos textos, e aqui que veio a armadilha da profissão.

Já citei aqui aplicativos sob assinatura que criam milhares de ideias de copy e de textos, e isso era algo puramente humano antes.

E acredite, não conseguimos ser tão rápidos assim, e pelo volume, a IA acaba sempre trazendo algo utilizável, em que uma pessoa que nem mexe com isso pode fazer um emaranhado de ideias sozinha.

Obviamente que ainda vamos ter copys trabalhando para infoprodutores e fazendo seus milhões ao estilo Bettina mas, passando a mão na consciência, quantas pessoas vão conseguir fazer isso?

Qual a proporção aqui entre copys e vagas e oportunidades com esses caras no mercado? Quanto as empresas vão pagar de salário sabendo que um SaaS faz aquilo por 300 pila ao mês?

Tu não precisa ser growth hacker para descobrir que seu salário caiu, as oportunidades diminuíram e que a área perdeu seu glamour que nunca mais voltará.

2. Social media e redatores web

Dói afirmar isso, ainda mais por ter sido meu ganha pão desde 2020, mas sim damas e cavalheiros, a área vai morrer.

E se não morrer, vai pelo menos ser inviável, prostituindo as pessoas que trabalham aí.

Pois imagine, é óbvio que as empresas ainda precisam de gente tocando as redes sociais e os blogs, só que por terem acesso as IAs, seu preço/hora vai se tornar irrisório e menor (já aconteceu, mas há quem diga que não).

É mais fácil ter alguém cuidando do blog e de posts, como um redator, para fazer o negócio crescer?

Claro que sim, mas esse é o papel mais fácil e óbvio de cortar na hora de cortar gastos, devido a sua função “secundária” em termos de organização e andamento na empresa (você vai mandar embora um vendedor, o programador ou o cara que faz posts???)

Sua remuneração diminuiu drasticamente, e as empresas estão terceirizando/sucateando tal função.

Se tornou difícil fechar contratos de meros mil reais para ser social media ou de criação de artigos – o que antes você conseguia o dobro sem ter que ralar tanto igual hoje.

Se você é Creator, com certeza tem que saber sobre social media e a arte dos posts, mas porque você faz isso para você, e não para os outros.

Ao meu ver, ficar se matando para ter vários clientes e conseguindo cada vez menos contratos bons, faz com que ou você trabalhe porque gosta (meu caso com a escrita), ou porque está tocando seu próprio negócio ou página.

Ser redator e social media de agência e terceiros é fria, sério, pule fora enquanto há tempo, as IAs tão matando a rodo nesse mercado.

Se tem uma área perigosa e que servia de de ganha pão antes e de “carreira emergencial” enquanto não achávamos emprego, social media e redator estão com certeza no topo dessa pirâmide (no geral, a área de marketing corre certos perigos, mas não quero generalizar pois algumas funções vão se dar MUITO bem com a IA).

3. SEO e possíveis áreas do marketing digital

Diferente das outras duas que esbocei uma certa “certeza” da morte e inviabilidade do mercado do ponto de vista do trabalhador, aqui vou deixar a pergunta e hipóteses no ar.

Por exemplo, vejo que o tráfego pago ainda vai se ferrar bastante com a existência de IAs do ponto de vista do funcionário e colaborador.

Isso parece estar distante, mas olha só: quando um redator era perguntado sobre seu trabalho ser substituído pelo ChatGPT em 2022 ele dizia “que ia demorar uns 5-10 anos”.

E olha que engraçado, não passou nem 2 anos e já tem muita gente deprimida com o andamento da área no Linkedin…

A área de SEO começou a ter uns Apps e IA interessantes, que estão cortando o “cornojob” de quem trabalha com isso.

Sempre existiu o tal de Semrush e ferramentas similares, mas pela complexidade, elas não cortavam empregos da área, pelo contrário, demandavam pessoas que sabiam mexer nessas ferramentas.

Mas o jogo pode estar virando também. As primeiras peças do dominó foram o pessoal dos textos, e agora o pessoal das artes e desenhos já estão suando frio.

via GIPHY

Quem é o próximo nessa roleta russa não sei, mas sei que tenho uns palpites no marketing digital, e o SEO é um deles – neste caso não a extinção, como os copys e redatores, mas um corte drástico na procura desses profissionais, que serão substituídos por algum SaaS mega desenvolvido e mirabolante.

E o Growth Hacking, está em risco por causa das IAs?

Esse, ao meu ver, ainda não tem como ser aniquilado pelas IAs.

Muito pelo contrário, o growth hacker tem que ser amigo das IAs para se manter relevante em sua função.

Como já falamos aqui diversas vezes, o Head de growth é um cara curinga, que manja de muita coisa.

Uma empresa pode se ferrar feio se não tiver ajuda dele para crescer e otimizar processos, sendo assim, a área de growth hacking não está em risco por causa das inteligências artificiais.

Todo o pessoal citado por estar com a corda no pescoço deve, ao meu ver, migrar para o growth ou outros campos que vão se dar bem com as IA, já que esse é o futuro natural do mercado.

Simples assim!

growth hacking

Qual a relação do Growth Hacking com essas novas IAs?

O growth hacking tem tudo a ver com a possibilidade de ter “uma máquina fazendo por você”.

Por se tratar de uma função estratégica nas empresas, ela lidera e arbitra tudo que é operacional.

Ela identifica erros e possíveis melhoras nos canais de aquisição da empresa, ou até mesmo nos canais pós vendas.

E toda vez que falamos em otimização, há o trabalho braçal.

Seja na estrutura do site, nos e-mails ou no design de banners e anúncios, tem sempre uma tarefa(s) operacional(is) envolvida.

Portanto, se temos IA, temos a vida do growth hacker mais fácil, afinal, algumas coisas ele pode fazer sozinho.

Consegue perceber que a parte textual o growth poderá fazer brainstorming e obter ideias somente com a ajuda do machine learning e IA?

Se disser que sim, então tudo que afirmei lá no começo fez sentido para você…

É capaz dele fazer muito mais suas ideias para e-mails e redes sociais envolvendo menos pessoas, deixando as empresas mais enxutas e com menos funcionários.

Outras IAs também vão ajudar em apresentações (de novo, falei disso aqui, salva para ler depois), cálculos e rotinas de growth.

Como uma IA beneficia o growth?

Isso ocorre de várias maneiras, mas para ser breve:

  • Diminuindo o volume de trabalho desse profissional, deixando ele mais focado em tarefas que não há como usar uma IA;
  • Automatiza questões paralelas do growth, como apresentações, imagens de posts, relatórios de SEO ou de sites que ele trabalha ou “trackea”;
  • Funciona como um assistente ou “estagiário”, que cria em paralelo textos, vídeos e materiais para testar nos canais de aquisição que o growth hacker atua, além também de funcionar como assistente pessoal dos gestores (acredite, isso está MUITO prestes a acontecer);
  • Facilitando na obtenção e arquivamento de dados sobre o negócio, do ponto de vista de growth e escala de empresa (ainda que isso esteja engatinhando em termos de inteligência artificial, sei que no futuro será uma realidade).

Por que investir em Growth então?

Se outras áreas e especialidades diminuem, a necessidade do growth aumenta na mesma proporção.

Fazendo aquela analogia à alquimia, as empresas e founders de startups “vão querer transformar algumas pedras em ouro”, realizando a transmutação de cargos que serão riscados do mapa já no curto e médio prazo para experts de growth hacking e growth marketing.

Os tempos estão difíceis para apostar em qualquer área e função, uma vez que a IA é um risco (tem até um fenômeno, o “Existential risk from artificial general intelligence”) para qualquer pessoa precisando de emprego fora dos trabalhos tradicionais, como médicos e advogados.

Seja como for, enxergo o growth como uma opção muito mais viável e segura do que muitas que hoje tentam glorificar no marketing e no “white collar job” de Berrini e Faria Lima.

O próprio marketing precisa se reinventar, uma vez que a área vai ficar refém desses novos robôs, e muitas funções vão ser mal remuneradas por causa deles.

Qual a conclusão?

Toma cuidado com as áreas citadas.

Veja se não tem uma inteligência artificial jogando pelo ralo o que você faz hoje ou se ela será apenas ferramenta de suporte, como no caso do SEO e para programadores.

Para quem trabalha com texto e está nessa dinâmica de caçar cliente e trabalhos de agência (textual ou não), a tendência é seu salário só cair.

Já no growth, a área não possui abalos devido a IA.

A única questão que não temos controle é a oferta de mão de obra e a experiência do profissional de growth, pois os que tem zero experiência também podem ter certa dificuldade no começo (em toda área, não é mesmo?).

Já outras áreas terão que pegar o hábito de conhecerem apps e IAs, que é algo mais normal no marketing, mas um pouco novo em novas áreas.

Sem isso, vão perder seus empregos e seus cargos, e ficarão naquela “roda Samsárica” de busca de emprego, sensação de desespero e ansiedade – como hoje ocorre com nossos amigos redatores, e que me incluo profissionalmente, que não sabem o que fazer com seus conhecimentos e carreiras…

Esses foram meus 5 dólares sobre o assunto…Espero que expanda sua consciência e faça você se mexer antes que seja tarde.

Nota sobre o artigo:

Citei áreas e temas que tenho mais contato ou atuação direta ou indireta.

Sei que há empregos que podem ser substituídos, como corretores de seguros, pessoas de contabilidade e demais áreas passíveis de programas/IAs que façam cálculos, porém, por serem áreas com atendimento ao público e contato humano, o efeito pode ser mais retardado.

Da mesma forma, sei que há outras áreas que vão se dar bem com as IA, mas por não ter contato ou experiência com elas, preferi não citar.