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O que é Squad e como criar a sua na empresa?

Como criar squads e guildas na empresa

Será que a distribuição dos funcionários e dos talentos da sua empresa está certo?

Pode ser que você ainda não saiba, mas que o formato de Squads poderia melhorar muito o andamento das entregas e projetos do seu pessoal e/ou liderados.

Que tal aprender mais sobre o que é Squad e como criar a sua?

O conceito traz fortes características das metodologias ágeis, assim como questões de Scrum (tudo sendo acompanhado por um Product Owner e até mesmo agilistas). Com elas, é possível cortar boa parte dos atrasos em projetos, assim como permitir que uma mesma área tenha entregas paralelas para fazer, sem perder a qualidade do trabalho.

Pode ser que pareça meio confuso essa equação, mas você vai ver que não. Bora começar!

O que é uma Squad?

Squads são equipes pequenas e flexíveis, com pessoas de áreas e especialidades diferentes, responsáveis pela entrega de ponta a ponta de cada produto.

Uma squad nunca deve ter mais de 8 membros, pois do contrário poderia ser difícil planejar e entregar as coisas em conjunto. O ideal são 4 ou 5 pessoas.

Cada Squad de operação trabalha em um ambiente colaborativo e transparente e usa os pontos fortes de cada membro da equipe para colocar no mercado o produto da mais alta qualidade no menor tempo possível.

Cada Squad é acompanhada de perto por um Product Owner, que vai sempre trazer user stories para eles

Tal conceito surgiu em uma startup – quando o Spotify ainda era uma em 2012 – e começou a ser utilizado em outras empresas e setores, principalmente empresas de software e tecnologia. Vale ressaltar que as Squads são utilizadas em empresas onde há setores de growth, que conseguem formar squads de crescimento.

 

Fonte: Ashley-Christian Hardy no Medium

 

Quantas pessoas tem em uma Squad?

Idealmente, uma Squad tem de 5 a 7 pessoas, já contanto o product owner.

Esse número é suficiente para ter um expert em cada área de interesse do projeto. Vale lembrar que no caso das Squads não é para ter 2 pessoas com a mesma função, salva exceção de programadores.

Isso ocorre para que cada pessoa, como o Copywriter por exemplo, tenha total liberdade criativa e nenhum líder direto ou indireto para impedi-lo de fazer as coisas.

O que uma empresa ou gestor ganha ao optar pelo uso de Squads?

Tudo referente a Squads e formas de construir times, como mencionado antes, surgiu nas startups. E esse método foi uma derivação de práticas de metodologias ágeis.

Isso mostra que as Squads e as rotinas ágeis são fortemente ligadas a estruturas de empresas de tecnologia, onde há front e back developers, e claro, a necessidade de codar.

Como grandes vantagens, podemos citar a colaboração ágil,  pois ajuda a simplificar o tempo de desenvolvimento e a complexidade do projeto, pelo simples fato das equipes poderem discutir problemas cara a cara e chegar a soluções mais rapidamente.

Além disso, reduz movimentos e deslocamentos desnecessários e facilita a transferência de conhecimento entre os membros da Squad.

Se um membro do esquadrão precisar de outro, eles podem se virar e falar com eles, em vez de participar de uma teleconferência ou enviar um e-mail.

Pelo simples fato de haver um talento para cada assunto, um especialista de cada área em uma Squad, as entregas futuras ficam mais seguras e fáceis de serem atualizadas.

Há muitas outras vantagens ao se adotar o uso de Squads em uma empresa, como a economia de tempo para se criar produtos e soluções, maior velocidade na manutenção ou correção de erros (comum em apps e startups de tecnologia) e redução de riscos por “ruídos” ou por falta de compartilhamento de informações.

Como as Squads e times flexíveis asseguram a segurança da empresa?

Empresas rígidas e lentas podem perder competividade em um mercado que muda diariamente.

Uma forma de flexibilizar e se adaptar a esse cenário, que não é mais novo, é sendo mais veloz na entrega e na manutenção delas [“produto deu errado, e agora?”].

Por exemplo, quando você tem uma pequena startup, geralmente as funções são bastante vagas e as pessoas geralmente fazem o que for preciso para cumprir com entregas e garantir seus empregos.

Infelizmente isso gera confusão e até conflitos internos, uma vez que as pessoas concorrem pelos mesmos papéis e pela “glória” das conquistas da startup.

É nessa hora que temos a ajuda dos POs e das Squads, que promovem equipes totalmente autônomas que têm responsabilidade de ponta a ponta pelo que constroem, e conseguem corrigir erros de maneira mais veloz que times e setores construídos da maneira padrão.

Usando as Squads em empresas menores (e que não são necessariamente startups)

Esse assunto foi criado especificamente para startups e times de tecnologia, onde há programadores envolvidos.

Todavia, em algumas empresas pode ser bom a criação desses times, mesmo que não haja programadores disponíveis.

Vamos supor que você terceirize o serviço de T.I, seu time interno conta com o pessoal de UX, copys e especialistas em marketing.

Se eles juntarem esforços, sua empresa pode testar possíveis produtos, campanhas e features para o produto da empresa.

Um exemplo seria criar uma Squad poderosa de marketing e lançamentos, onde o trabalho em conjunto possa surpreender o restante da equipe, graças a uma iniciativa que o Squad em específico teve (ideia de uma landing page + webinar, ou algo assim que não demande programadores).

No caso de uma empresa de médio porte, a criação de uma squad pode estar associada a uma ideia ou iniciativa de um dos líderes de alguma área, que decidiu criar uma Squad ou Guilda para testar ou colocar uma ideia dele (ou de um colaborador)

Algo muito interessante para empresas que não são de softwares e apps é a criação de Guildas, que são times de áreas e conhecimentos diferentes, que juntos criam projetos na empresa. Mais adiante falaremos um pouco das guildas, ou você pode ler sobre elas no artigo abaixo:

Squads de growth hacking
Clique na imagem para ler sobre esse assunto também!

Como implementar um projeto de Squads na empresa?

Implementar e ter a aprovação para criar times híbridos é algo que tem que vir da alta cúpula. Por mais que estagiários quisessem criar projetos (eu já tentei fazer isso), sem o amém do gestor não vai ocorrer.

Ou seja, esse é um tipo de decisão top-down, que vem do alto para o pessoal abaixo deles. Obviamente, pode ter o pedido ou iniciativa dos programadores, designers e demais envolvidos, o que pode dar muito gosto ao gestor ou dono da empresa.

Portanto, para começar isso tudo em um cenário ideal, a lógica seria essa:

  1. Apresentar um projeto no qual será necessário ter uma Squad disponível. Isso pode ser feito por um head de área ou até mesmo um simples analista, com a diferença que quanto mais alto o cargo, mais fácil será aprovar;
  2. O plano B é mostrar que uma demanda somente será feite se houver o uso de Squads e times ágeis;
  3. Assim que aprovado, nomear pessoas ou procurar voluntários. Em empresas que não haja POs ou Scrum masters o processo poderá ser mais lento e menos objetivo, então cuidado;
  4. Promover reuniões periódicas e rituais de gestão cabíveis, mas com um nível de cobrança “mais flexível”, que é uma característica marcante das Squads.

Vale a pena formar Squads para trabalho remoto?

Como foi falado, a metodologia squad foi criada tendo em mente empresas que criam programas e softwares, e pode ser usada em empresas que não façam esse tipo de serviço com certas adaptações.

Todavia, o uso de Squads em empresas que são totalmente remotas ou assíncronas na maior parte do tempo (uma pessoa mora em um país e a outra no Brasil) pode não ser tão beneficial como a proposta das empresas presenciais.

E o motivo é simples: as squads surgiram para facilitar a conversa entre as pessoas, e diminuir as reuniões. Se ao abraçar um projeto por Squads e ver que o efeito está sendo inverso – mais reuniões e mais burocracia – então esse modelo não é para você.

Note que o uso de guildas, clãs e grupos de projetos paralelos não sofrem com isso, e podem funcionar muito bem com times híbridos ou remotos, pelo fato de não ter exclusividade nos papéis (por exemplo, há duas pessoas de backend e dados na guilda, o que não torna o projeto dependente de um indivíduo específico).

Outras formas de construir times baseado em Startups e nas Metodologias Ágeis

Se você pesquisar sobre o assunto, vai ver que existem possibilidade além das Squads. Para seu entendimento, vamos falar de algumas delas nessa parte.

1.Guildas e clãs

As guildas podem ser um pouco mais difíceis de implementar, exigem motivação da equipe e podem exigir algum grau de coordenação, como se fosse um projeto paralelo.

Então sem um Stackholder interno ou gestor, ela pode jamais ocorrer…

Sua maior característica está nos interesses em comum que seus membros possuem. Estes são muitas vezes relacionado a um projeto ou ideia de seus membros, como uma feature paralela ou projeto “extra” na empresa.

Outra forma de encarar as guildas e clãs é pela vontade em conjunto de identificar problemas ou até mesmo otimizar o produto da empresa.

Um líder deve ser atribuído ao grupo, mesmo que seja apenas um “lead” para organizar as reuniões e entregas, e não um gestor que não tem vínculo nenhum com a área ou projeto.

O próprio idealizador da guilda pode ser o responsável por ela.

Quanto a missão da guilda, escolha algo técnico inicialmente, algo que a equipe goste de trabalhar. Dessa forma, quando outros membros da empresa virem os resultados, mais pessoas poderão querer ajudar ou outras guildas serão incentivadas a se formarem.

No cenário ideal, uma empresa que possui muitos colaboradores chega até mesmo a ter mais de uma guilda ou clã, o que promove uma rivalidade positiva entre elas.

2.Chapters

Podemos entender os “capítulos” como um conjunto de pessoas que possuem a mesma função, ou trabalham de forma parecida, criando times livres de gestores.

Em outras palavras, é o mesmo que pegar uma área da empresa, mas com poucas pessoas e a mesma função.

Um exemplo seria uma área de vendas, mas um tanto mais livre por não ter gestores e ter colaboração livre, como se fossem empreendedores em uma aceleradora.

Por meio dos Chapters, programadores ou designers de times diferentes se juntam para aprimorar suas habilidades e entregas, chegando a viabilizar entregas e projetos dos Squads.

Na minha opinião, essa opção é um tanto bizarra e difícil de explicar para os colaboradores, sendo que as Squads e guildas fazem muito mais sentido.

Portanto, deixo ela aqui apenas para efeito pedagógico no artigo.

3.Livre iniciativa de gestores e Heads da empresa

Muito ousada e pouco adotada, essa é uma forma de iniciativa que poderia ajudar muitas empresas a darem certo.

Mas como quase sempre falta tempo e sobra medo e frio na barriga para tal iniciativa, os projetos paralelos internos acabam não saindo.

Algo que parece nonsense mas é uma verdade nesse tipo de colaboração, é que eu percebo ela mais frequentemente em empresas grandes e consolidadas (ou seja, nada de startup e de sentimento de crescimento acelerado) do que nas pequenas que estão começando.

Nessas empresas, como as funções são bem escritas no papel e há muitos gestores, acabam tendo iniciativas para projetos e experiencias extras, que acabam contando com pessoas de uma ou várias áreas.

Ainda que sejam estregas menores, como pesquisas simples ou eventos internos ou externos, já é de se comemorar o fato de que alguns líderes em grandes empresas consigam formar essas iniciativas para criar projetos e entregas em uma empresa cheia de burocracia (e cheia de reunião e meetings diárias).

Por que as Squads ainda são pouco adotadas no Brasil?

A principal razão pela qual as Squads e estruturas provenientes das metodologias ágeis não serem tão frequentes no pais é nosso cenário quanto a questão tecnológica das empresas.

Comparados com os EUA e mercados asiáticos, não temos tantas empresas de softwares ou startups de tecnologia como eles.

Mas há um fator específico no Brasil, que menciono no livro Marketing Tupiniquim, que é a própria estrutura dos times nas empresas aqui no país, assim como seu frenesi de sempre estarem “com pressa”.

O tal do falso senso de urgência é um dos maiores assassinos da criatividade e da pesquisa em nosso país.

Então quanto a essa questão da iniciativa dos gestores e das equipes, não existe um antídoto ou fórmula mágica. Quem já teve o coração tocado pelo growth hacking ou pelo Scrum pode, quem sabe, ser um facilitador das Squads nas empresas, sejam elas de tecnologia ou não.

Embora seja difícil e pouco usual, o passo a passo que foi proposto aqui e em outros artigos do blog funcionam sim para você começar aos poucos, e quem sabe, ter realmente um pequeno clã que funcione e crie cases de marketing e vendas onde vocês estão.

Obrigado pela leitura!