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A comédia ensinando sobre marca pessoal e exclusividade

Sabe essa imagem do professor Raimundo?

Caso você tenha olhado a imagem e pensado/lembrado do bordão “e o salário, oh!”, quer dizer que uma marca pessoal afetou sua vida e você será capaz de lembrar dessa expressão (e do personagem) para sempre.

Caso você não saiba do que estou falando, provavelmente você nasceu depois de 1995 e não faz ideia de quem seja Chico Anísio. Mas não tem problema, eu darei alguns exemplos mais atuais nesse texto de hoje.

Você sabe o que é Stand Up?

Hoje o artigo tem elementos da minha vida pessoal.

Em 2019 fiquei com muita vontade de ter a experiência de estar em um palco contando piadas. Comecei a amar o Stand Up depois de ver no youtube (guarda bem essa informação) alguns vídeos de Afonso Padilha, que eu ficava vendo durante meu trabalho – ao menos o áudio – enquanto eu preenchia longas planilhas de excel.

Confesso, não sou um cara tímido. Dei umas pesquisadas no Google para encontrar lugares para pessoas amadoras fazerem apresentações, que vão de 3 a 5 minutos – chamados Open Mics. Com o espírito aventureiro bem à vontade, comecei a participar de casas de show e de workshops sobre o tema. Até fiz algumas apresentações.

 

Depois de um tempo, acabei largando o projeto, descobri que não levava muito jeito para a coisa (ou ao menos estava sem paciência de desenvolver isso por meses a fio). Esse período da vida me ensinou muitas coisas, principalmente quando se trata de ter uma marca pessoal e de como desenvolver características únicas.

E é disso que vamos falar agora…

Sintonização com o público

Um dos maiores comediantes do Brasil na atualidade, Thiago Ventura é mestre em contar histórias e em lotar shows por todo o Brasil. Em todo o país, ele é lembrado como um dos melhores no que faz e serve de inspiração para aqueles que desejam entrar na “cena” da comédia.

Mas quero fazer uma análise do ponto de vista de uma marca/produto. O que faz você ter grande prestígio, de norte a sul em um país grande como o Brasil? O que faz você se diferenciar de outros?

Tentarei não ser clichê nessa análise.

Primeiro, quero destacar 2 elementos: A identificação e a capacidade de testar e se aprimorar.

A identificação

Um comediante não sobe no palco vestido de mulher à toa. Além de gostar e de fazer parte do seu estilo, ele desperta um sentimento específico por parte das pessoas. No caso do Thiago Ventura, as pessoas se identificam com ele por ele se dizer “um cara da quebrada”.

Pessoas de baixa renda (da quebrada), que se identificaram com ele, foram aos shows de Stand up graças a isso.

Além da parte visual, existe o discurso, a parte textual. Um comediante tinha que sempre tomar cuidado com os assuntos que abordava; me lembro de ter feito piadas do universo masculino em um local com um público onde 95% das pessoas eram mulheres. Eu mandei mal esse dia, pois o público não se identificava com as histórias que eu contei.

Mas usando das estratégias certas, a identificação com o texto e a atuação do comediante eram maiores e o público respondia positivamente. A plateia ria mais.

O visual correto, os textos certos (e apropriados), junto a uma boa performance, era o que garantia o sucesso nas noites de show.

Será que a história que sua marca conta está na medida, em sintonia com os clientes? Criar identificação não é muito fácil, mas uma vez alcançado esse vínculo, um público tende a não abrir mão do seu serviço.

” — Já que eu falei do vídeo das 11 milhões de visualizações” :

Sobre o vídeo: perceba que ele construiu uma simbologia em volta dos personagens que ele cria, a ponto de algumas pessoas rirem e baterem palmas antes mesmo dele começar a história.

Em sua missão de criar uma marca pessoal, Thiago Ventura faz isso muito bem.

Testes (tentativa e erro)

Na comédia, o storytelling prende a atenção das pessoas, mas exige experiência e muito treino para dar certo. Depois de muita prática, o comediante acerta em seu tom. É quando ele já testou diversos textos e personagens e chega em um ponto de equilíbrio.

Portanto, ninguém “sai decolando”, ou acertando o tom/estilo de primeira. Nem na música, nem na comédia, nem no seu ramo. Você terá que fazer testes, e gerar insights disso (somos Growth hackers, lembra?).

Conheci comediantes que estavam na batalha há dois anos e eram completos desconhecidos; outros conseguiram fazer shows em lugares mais famosos (como o Comedians). Mas uma coisa que tinham em comum, era a persistência, afinal na comédia a pessoa fica por muito tempo sem ter ganhos financeiros – ou seja, você faz pela diversão, e ainda paga para se apresentar.

Uma jornada de aprimoramento pode construir um produto final melhor, pois ele foi testado muitas vezes.

Os comediantes costumam anotar as coisas que dão certo e principalmente as coisas que dão errado em seus shows. Eles possuem um diário, um caderno de anotações, com experiências de anos.

“Calma, eu não acabei” – Afonso Padilha, em um show

Dica: Saber levar não faz parte do crescimento tanto dos artistas quanto de bons profissionais.

As 3 Lições que um humorista vai te dar sobre seu negócio e sua marca pessoal

1) Educando a plateia/público

Como você, um desconhecido total, de uma cidade pacata de Goiás (tanto faz o estado) leva sua solução que pode mudar a vida das pessoas para todos os cantos?

Uma possibilidade são vídeos no youtube.

Além de serem gratuitos, qualquer pessoa consegue ter acesso ao seu material. E caso não queira fazer vídeos, você pode fazer como eu, que usa o mundo dos blogposts (se bem que esses estão aos poucos saindo de moda).

Nesse mundo do material gratuito em que o produto é você (Tiktok, youtube e afins), se torna muito mais fácil distribuir o seu nome e da sua marca. E claro, haverão concorrentes, mas não deixa de ser um ambiente bem democrático onde qualquer um pode se destacar.

É mais fácil educar seu público assim, de casa.

2) Conexão e o elemento “isso foi feito pra mim”

Essa lição vai na mesma linha do elemento da identificação, que abordei lá no começo.

Na comédia, é normal que os atores e atrizes contem ao público sobre elementos da própria vida, como um jogo de taco, como foi “a primeira vez” ou até mesmo as “maneiras que a mãe gostava de bater”.

E nesses momentos, a pessoa sente uma certa exclusividade quando suas histórias e experiências são parecidas. Ao ouvir essas histórias, ela pensa “nossa era exatamente assim“.

Sabe quando você abre um vídeo no Youtube ou até mesmo nas plataformas de cursos (udemy, hotmart). Não parece que o dono do canal está falando somente com você e mais ninguém? Isso é o sentimento de exclusividade. Nós esquecemos que existem outras pessoas vendo aquele mesmo vídeo.

A pessoa fala diretamente com a gente, de uma maneira muitas vezes carinhosa. Essa técnica gera conexão e familiaridade.

 

Imagine um movimento ou um símbolo que lembre a todos quem é você. Será que você consegue criar algo assim?

 

3) Punch-Setup e “a surpresa”

Uma coisa que eu aprendi com a comédia e que eu uso no mundo da produção textual é o elemento surpresa. Eu sempre tento dar um “ar de inusitado” em tudo que eu faço. É a famosa quebra de expectativa, que vem por meio de gatilhos mentais.

Na comédia o Punch (soco, do inglês), nada mais é do que a piada, e o setup toda a “baboseira” que vem antes. Em um palco, ficar mais de 30 segundos sem um punch pode te jogar na fila dos amadores.

No marketing em geral, isso acaba sendo muito parecido: desenvolvemos textos e vídeos promocionais, mas a ideia é vender ou criar uma CTA para o cliente interagir. Neste caso, nosso objetivo é o punch correto, feito na hora certa.

👉Uma boa taxa de conversão ou um aumento no número de interessados = o seu punch correto

Em tudo que você for ofertar, saber nivelar a oferta com as vantagens e ganhos de se ter o produto, é o que separa os “Homens dos meninos”.

Acredite: não é fácil fazer uma pessoa ver um vídeo até o final, não é fácil ter um Pitch matador. Aprender e dominar essas técnicas vai facilitar a sua vida na hora de fazer uma venda ou de montar um roteiro de uma apresentação corporativa, por exemplo.

ensino híbrido

 

Lição aos produtores de conteúdo: Referência é tudo!

Agora minha persona de “entrevistador” entra em cena. Vamos lá…

No filme Intocáveis, o personagem principal consegue arrumar um emprego que pagava bem, ao ter se diferenciado dos concorrente por ter reconhecido o artista que pintou um quadro do escritório.

Ter boas referências não só expande sua capacidade de desenvolver assuntos, mas também expande sua criatividade em todos os sentidos.

Eu percebia isso na cena da comédia, e achava que era um fator de sabedoria, pois aumentava o repertório da pessoa.

Eu, particularmente, não vejo isso sendo muito contado por aí – até acho que o assunto merecia um post/artigo envolvendo somente esse assunto – mas acredito que vai ficar mais em evidência em um mundo onde o conteúdo é gerado em muitos lugares e muita mas MUITA gente consome conteúdo porcaria e sem valor cultural.

Sim, estou falando do nosso mundo. E esse tempo chegou.

Onde eu quero chegar?

Ter boas referências, seja de livros, música, desenhos, o que for, vai aumentar sua capacidade de ter boas ideias e de desenvolver projetos melhores.

Se não fez sentido minha afirmação, assista o vídeo desse artigo. Veja os elementos da cultura pop e as referências do mundo real: Goku, Madimbu, Nemo, Beach Park, big-big, Óticas Carol.

Conhece todos eles? Precisou buscar no Google?

Supondo que isso era o tema de uma palestra. Se você reconheceu todos os nomes e termos, seu repertório cultural provavelmente é mais rico, se não reconheceu nenhum, seu repertório sobre o tema é baixo.

No caso do Thiago Ventura, ter um repertório rico da cultura nerd/geek gerou boas piadas, na minha vida geram bons artigos.

Na sua vida, ter um repertório rico e boas referências culturais pode gerar uma venda ou uma grande campanha de marketing. E claro, pode te diferenciar da concorrência.

 

Conheça a Queen Jay e veja como podemos te ajudar a decolar em sua carreira!

 

“Sim, eu já participei de open Mics”

Diego Rezi
@Growth_Lovers

Te ensinando a usar a internet para aprender e Hacks para sua vida.

Escritor e criador de conteúdo freelancer, escrevo também no meu blog pessoal.