Entendendo o que faz um CVO (Chief Vision Officer)

Por: Growth Loovers | 10 de Junho de 2024
De uns tempos para cá, ficou muito frequente essas siglas no mercado de trabalho:
CEO,CMO, COO, CFO, CIO, CXO
Até que um dia, lendo algum livro ou artigo, me deparei com o CVO. Suas falas eram "macias", e ele se mostrava preocupado com a imagem que as pessoas tinham da empresa, que estava passando por problemas de identificação com o público (e consequentemente, deixando de lucrar como deveria). Foi então que descobri: CVO é o Chief Vison officer, a figura visionária da corporação. Com tantos problemas no mundo corporativo e falta de engajamento de colaboradores, pode ser que seja o momento ideal para empresas pensarem neste papel no quadro de líderes. Este artigo explora o que é um CVO, por que as empresas estão cada vez mais adotando esse papel e quais impactos ele pode ter na performance e inovação organizacional. E já vou te dizer de cara: queria muito ser um CVO de uma empresa!

O que é um Chief Vision Officer (CVO)?

Um Chief Vision Officer é responsável por desenvolver e comunicar a visão a longo prazo da empresa. Isso envolve várias tarefas, incluindo:
  1. Definição da Visão Estratégica: O CVO trabalha em estreita colaboração com outros executivos para estabelecer a direção estratégica da empresa. Eles ajudam a criar uma visão clara e inspiradora que guiará todas as decisões de negócios.
  2. Inovação e Transformação: O CVO está constantemente buscando novas oportunidades de crescimento e inovação. Eles são responsáveis por identificar tendências emergentes e tecnologias disruptivas que podem impactar o mercado.
  3. Alinhamento Organizacional: Uma das tarefas principais do CVO é garantir que todos os departamentos e funcionários estejam alinhados com a visão da empresa. Isso envolve comunicação eficaz e a criação de uma cultura corporativa coesa.
  4. Parcerias e Colaborações: O CVO muitas vezes atua como o rosto da empresa em reuniões com parceiros, investidores e outras partes interessadas. Eles estabelecem e mantêm relacionamentos estratégicos que são essenciais para o sucesso a longo prazo.
o que é um CVO?

O Papel do Chief Vision Officer (CVO) nas Organizações Modernas

O Chief Vision Officer (CVO) é um papel relativamente novo nas estruturas executivas de muitas empresas inovadoras, destacando-se por seu foco único na visão estratégica e direção de longo prazo de uma organização. Além disso, ele pode funcionar como um "motivador" interno, que colabora e cria mecanismos para que haja mais engajamento e entendimento interno sobre o propósito da empresa. Diferente de outros C-levels que se concentram em áreas específicas como finanças (CFO) ou tecnologia (CTO), o CVO foca no futuro estratégico e na sustentabilidade do negócio a longo prazo, assegurando que todas as atividades estejam alinhadas com a visão central da empresa.

Principais funções e responsabilidades

Primeiramente, o CVO deve possuir um pensamento estratégico aguçado. A capacidade de pensar a longo prazo e antecipar mudanças no mercado é fundamental para estabelecer e manter uma visão clara para a empresa. O CVO deve ser capaz de motivar e guiar a equipe para alcançar objetivos ambiciosos, infundindo um sentido de propósito e direção em todos os níveis da organização. A adaptabilidade é igualmente importante para um CVO. Em um mundo de negócios em constante mudança, o CVO deve estar pronto para ajustar a visão da empresa conforme necessário. Isso significa ser flexível e resiliente diante das incertezas e mudanças do mercado, mantendo-se focado nos objetivos de longo prazo enquanto navega pelas complexidades do presente.

Inovação e desenvolvimento de negócios

O CVO também lidera a inovação estratégica, buscando oportunidades que estejam alinhadas com a visão de longo prazo da empresa. Isso pode incluir a exploração de novos mercados, desenvolvimento de novos produtos ou a adoção de novas tecnologias. O CVO precisa ter uma forte compreensão das tendências de mercado e da dinâmica competitiva para guiar a empresa através de transformações estratégicas.

Por que as empresas precisam de um CVO?

Do ponto de vista externo, podemos dizer que haveria alguém cuidando da imagem e da cultura da empresa em relação ao mercado. Ao meu ver, o papel mais importante é interno, uma vez que é esse indivíduo que espalha a história da empresa e o DNA do negócio entre as pessoas, além de extrair o melhor de líderes e equipes, estando disposto a treiná-los e mentorá-los.

Por que eu queria ser um CVO?

Eu sempre fui indeciso na hora de definir o que queria ser quando crescer. Acredito que muitos foram iguais a mim, ao longo de suas vidas. Mas quando eu vi o potencial que esse tipo de trabalho tinha, senti uma espécie de alivio, por existir uma profissão que se relacionava aos sonhos dos indivíduos; E claro, pela ideação de novas ideias e projetos futuros. Pela primeira vez, vi uma profissão que era minha cara, e também a cara de muita gente. Vou explicar porque...
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Ser criativo (escritor) em um mundo digital - "Dá dinheiro? Dá futuro?"

As chances dos criativos e do pessoal que escreve em um país de pouca leitura são mínimas. Quem atua com o que eu faço faz por 2 razões:
  • Gosta muito, ou
  • "É o que tem para hoje"
Na realidade muita coisa fazemos por falta de planejamento e por não nos encontrarmos em nossas vidas. E tem aquele cara chato, o desemprego. Conhece ele? Mas a tecnologia promete acabar com muitas profissões, e entre elas, estão os redatores. Por isso, temos um prazo de validade. Nossa criatividade, nossa capacidade de transformar emoções em ações, deve ser explorada em outros lugares, com novos atributos. E a posição de CVO é o símbolo de que há esperança. É o símbolo que o mundo, finalmente, fica menos racional e calculista, para ser ideacional e visionário – Afinal hoje as pessoas querem saber das sensações e valores que o produto expressa para o mundo.
Sim, criativos e amantes da psicologia das massas: é a nossa vez!
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Sonhadores do mundo, Uni-vos!

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"A escolha pelo CVO surgiu porque dentro da distribuição dos cargos das staturps, eu percebi que não me encaixava em nenhuma das denominações mais comuns, como CEO ou CTO. Notei que desde sempre estive atuando muito mais na visão do negócio em si, daí o motivo da escolha por CVO"
— Diego Carmona, Leadlovers

Criatividade e capital intelectual: As moedas do futuro presente

Para quem não notou, duas coisas aumentaram em muito o valor, e o radar de muita gente não detectou essas tendências. O Capital Intelectual mostra que o que diferencia as pessoas, e o que elas valorizam, no fim das contas, é o conhecimento único e singular. Empresas e equipes que não aprendem, não entendem as mudanças, são substituídas por aqueles que param, respiram e olham em sua volta. 👉Adeptos do estudo contínuo tendem a sobreviver nessa realidade. Já a criatividade e capacidade analítica dos valores das equipes e pessoas (e não das empresas), é o que faz um produto ou um serviço evoluir e nunca cair em desuso. Isso ocorre pois um CVO jamais deixaria o esforço de uma empresa cair em desuso, uma vez que ele acompanha as mudanças e acredita no jogo infinito do mundo dos negócios.
"While goods are becoming demonetized, knowledge is becoming increasingly valuable"
(Enquanto bens materiais estão perdendo o valor, o conhecimento apenas ganha valor)
— Michael Simmons
Eis minha tese, de que é só questão de tempo dos CEOs perceberem a necessidade do chefe visionário em suas empresas.

🥱Um erro comum sobre valores das empresas, que o CVO deve desconstruir

É fácil falar de valores quando temos 10 pessoas na equipe, o que torna a disseminação mais fácil. Porém é impossível fazer 100 ou 1.000 pessoas abraçarem a causa, se os valores das pessoas e das equipes surgem antes, e não depois dos valores pregados pela marca. Cabe ao CVO, portanto, em dar uma chance a essas vozes e mindsets, que ficam obstruídos ou ignorados.

O trabalho do CVO: Qual o Legado que ele deve deixar?

Um bom CVO faz um trabalho tão marcante, que mesmo quando este sai ou vem a falecer, seu trabalho cria raízes por gerações, e gera identificação das equipes com suas jornadas. Suas diretrizes se tornam playbooks ou até mesmo o manifesto da empresa. Portanto, funciona assim (ou ao menos o que eu faria como futuro CVO):
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1) O que precisa ser feito: Tudo aquilo que ninguém tem coragem de fazer, que vai doer, que vai trazer desconforto, mas que é um mal necessário, o CVO deve colocar em ação. Basicamente ele vai tirar a borboleta do casulo, nem que seja à força... 2)Valores da equipe: Se você for esperto, já notou que os valores da empresa não colam sempre, e sim os valores das pessoas (dos líderes) e o lado humano dela. Ninguém pergunta o que um gestor, e seus respectivos ecossistemas da empresa desejam. Isso gera conflito. Portanto, o CVO identifica o que elas podem contribuir hoje, que façam sentido para suas vidas (eu disse VIDA e não trabalho). As gerações mudam, os valores não persistem. Quem disser que isso é balela, está em sua torre de mármore, mas beeeem longe do mundo real. 3) Propósito da marca: Nessa hora que entra a parte da visão e da filosofia da empresa, que pode ser adaptada e atualizada, com a ajuda do CVO. Quando este propósito se alinha aos 2 pontos anteriores, as coisas progridem e a empresa prospera.

Cadê os visionários de sua equipe?

Se o trabalho do CVO for bem feito, e ele tiver apoio dos decisores internos, e passe livre para atuar e falar com todos da empresa, o trabalho de todos deixa de ser vazio. — Vocês descobrem uma causa justa, para batalharem todos os dias. A maior recompensa é a ressignificação do negócio, que começa a ser mais notado pelo público, e claro, pelos próprios colaboradores.   A versão original do Linkedin que fiz há uns anos está aqui.

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